A SERENIDADE DA FÉ

Confessa o teu compromisso espírita através dos atos, sem o alarde verbalista nem a impetuosidade presunçosa.
Sê compreensivo para com as convicções do teu próximo, sem contudo disfarçar a tua postura religiosa.
O Espiritismo concede-te a visão plena da vida, elucidando-te os difíceis mecanismos do processo da evolução.
Faz-te compreender que a dor de qualquer natureza é bênção, jamais castigo, mediante cujo buril aprimoras-te, encetando compromissos superiores que te levarão à paz.
Ajuda-te a permanecer nas ações edificantes embora os resultados aparentemente demorados.
Acalma-te, em razão do melhor entendimento das causas dos problemas que se expressam como aflições variadas.
Em razão disso, não te podes escusar a responsabilidade ante os desafios da existência, vivendo a fé espírita.
Pessoas existem que, a pretexto de fraternidade, aderem aos mais diversos conceitos filosóficos, sem assumirem comportamento nenhum. Dizem-se neutras.
Criaturas há que, em nome da tolerância religiosa, adotam várias correntes da revelação através dos tempos, mas não se integram a movimento atuante nenhum. Afirmam-se universalistas.
Companheiros aparecem que, expressando cautela e recato, concordam com as inúmeras colocações espiritualistas, imaginando-se coerentes com as circunstâncias em que se encontram, nunca porém produzindo para o bem. Informam-se observadores ainda não definidos.
Toda postura de fé, certamente, é respeitável.
Tu, porém, já encontraste o roteiro e a bússola, sabendo onde está o porto e como preparar-te para o desembarque do veículo carnal...
Tolera, mas não seja conivente.
Compreende, porém, não concordes.
Estimula todos, no entanto, não saias do caminho que a Doutrina Espírita tem traçado para aqueles que a conhecem.
Quando caluniado pelos Libertos e levado ao Sinédrio para responder às acusações que lhe faziam, Estêvão manteve-se sereno e confiante de tal forma, que "todos os que estavam sentados, fitando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo", conforme os apontamentos dos Atos, capítulo seis, versículo quinze.
A fé, corretamente vivida, harmoniza a criatura que não teme nem se precipita, irradiando a serenidade que se reflete no rosto dos anjos.